Ana Dinis: Uma coleção cheia de amor

Escrito por

Catarina Correia Martins
2 Julho 2020

Ana Dinis tem 26 anos e há 10 que coleciona os chamados globos de neve. Atualmente a coleção conta com 85 exemplares, todos diferentes, expostos logo à entrada de sua casa.

Como tudo começou

«Quando era miúda», Ana Dinis brincava frequentemente com um globo de neve: «A minha mãe tinha um, já muito antigo, de Nossa Senhora de Fátima, e eu andava sempre, sempre, sempre a brincar com aquilo. Gostava de agitar e ver aquela “chuva”», recorda. A brincadeira durou até ao dia em que o objeto se estragou e este gosto ficou esquecido nas memórias de Ana.

«Um dia fui para Lisboa, com uma tia, passar férias e, nas compras, encontrei um globo de Sintra», conta. Foi então que voltaram a acender-se aquelas recordações. «Achei espetacular e pensei: “Vou levar”». Sem saber, Ana iniciava assim a sua coleção. A partir daí, a todas as cidades que vai, Ana põe-se à caça deste seu “vício”, alimentado também pela família e pelos amigos, que sempre que podem, lhe oferecem globos de vários sítios.

Dos 85 exemplares, entre 10 e 15 são alusivos ao Natal, época em que é mais frequente encontrá-los nas lojas comuns. Todavia, de acordo com a nossa protagonista, já há globos de neve à venda «em todo o lado». Nas lojas de souvenirs, «em qualquer cidade, há. É muito raro não se encontrar», frisa. Além dos que são alusivos a locais, «há também os da Páscoa, com coelhos e assim» e mais decorativos: «Tenho um que é um mocho, outro que é um urso, um pinguim…», afirma.

A exposição

Ana faz questão que os seus globos estejam à vista de todos e, desde o começo, que vão fazendo parte da decoração da casa. «Tinha-os todos expostos, todos mesmo, até os do Natal», diz. Inicialmente, ainda a viver com os pais, os globos tinham uma estante própria no escritório. «A minha mãe nunca foi contra. Porquê? Porque estavam no escritório cuja limpeza estava à nossa responsabilidade. Não havia problema nenhum e ela não se importava nada», conta.

Mais recentemente, quando passou a viver com o namorado, este já sabia que com Ana, vinha também a sua coleção. «Disse-lhe logo que os globos tinham que estar expostos lá em casa. Nem há cá discussão. Tenho duas prateleiras por cima da televisão onde, numa altura, estiveram. Mas, entretanto, começaram a ser demasiados e já não cabiam. Então comprei uma estante e tenho-os logo à entrada da casa, são quase a primeira coisa que se vê quando se entra em minha casa», refere. Atualmente, por uma questão de espaço, opta por deixar guardados os que têm motivos natalícios e expô-los apenas nessa época festiva.

O contributo

Esta coleção, de acordo com Ana Dinis, não teria “pernas para andar” se não fosse a sua família e os seus amigos que a alimentam constantemente. O globo que, para si, tem mais destaque foi oferecido pela sua irmã, no ano passado. «Tenho um enorme, que é um presépio. É lindíssimo. É dos meus preferidos porque é grande e porque eu sou católica e ligo muito à Igreja, desde miúda. Gosto muito do Natal e, para mim, o presépio é das coisas mais bonitas ligadas à Igreja. E foi-me oferecido pela minha irmã… Acho que é por tudo isto que é o meu preferido, não só por ser grande, mas porque tem muito significado para mim», explica.

Se tivesse de escolher outros, apontava um relativo a vila da Nazaré, porque foi oferecido pelo namorado, «na primeira passagem de ano juntos». Ou o de Barcelona, oferecido pela melhor amiga: «Vivi lá três meses, a estagiar, e ela ofereceu-mo quando me foi visitar». Destaca os da Holanda, porque foram comprados numa viagem de amigos; o da Praia da Rocha, que em vez de neve, «tem areia e conchas» e o de Sintra, porque foi o que deu origem a toda esta panóplia.

Diz que se olhar para os objetos, na sua maioria, é capaz de identificar «perfeitamente» quem lhos deu e em que situação. «Aquilo que para mim é muito importante é que, quando os meus amigos começaram a saber que eu tinha a coleção, sempre que iam viajar, traziam um globo. As pessoas já sabem do que eu gosto e, normalmente, é sempre um globo que me trazem», conclui, afirmando que é uma prenda que «nunca desilude».

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